Os deputados emedebistas firmaram compromisso com a investigação da compra de 200 respiradores pelo governo ao custo de R$ 33 milhões, com pagamento adiantado a uma empresa de credibilidade duvidosa do interior do Rio de Janeiro. O escândalo é motivo para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aprovada na tarde de quarta-feira, 29 de abril, durante sessão da Assembleia Legislativa. O requerimento contou com 39 assinaturas. Antes, durante reunião da Comissão Especial que acompanha atos do governo relacionados à pandemia do Coronavírus, também foi pedido o afastamento do secretário estadual da Saúde. 

O experiente deputado Moacir Sopelsa lembrou que a Assembleia aprovou há um mês o decreto de calamidade pública estadual, em função da difusão do Covid-19, para facilitar as aquisições do que fosse necessário, sem o atendimento de todas as exigências da lei das licitações. Mas reforçou que em sua vida pública nunca viu pagar antes de receber o produto adquirido.

Contudo, Sopelsa disse que "a CPI não pode ser motivo para o governo arranjar desculpa para não ter os equipamentos necessários". Lembrou que o poder público tem obrigação de agir com transparência, na legalidade, e alertou que, na região oeste, "em municípios de áreas produtoras de alimentos com grande concentração de trabalhadores já há muita preocupação com a falta de espaços nas UTIs".

O deputado Valdir Cobalchini também manifestou apreensão, de que a CPI não desvie o foco do atendimento às necessidades da população: "Na Comissão de Saúde me manifestei, com o entendimento de que já tínhamos constituído uma Comissão Especial para acompanhar os atos do governo relacionados à pandemia. Mas entendo que devemos investigar os fatos. Culpados devem ser punidos exemplarmente nas formas da lei".