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Querer é poder? Prof. Evandro Ricardo Guindani

​Você já deve ter ouvido algumas expressões tais como: “querer é poder”; “quem luta consegue”, “o sacrifício é o caminho para o sucesso”. Boa parte dessa ideologia do sucesso e da conquista individual é proveniente dos Estados Unidos da América que fizeram uso desse discurso para combater as ideias comunistas. Principalmente nos anos 1950 os norte-americanos foram bombardeados pela mensagem do consumismo, do status da posse de bens como televisão, eletrodomésticos, carros.... Esta ideologia se disseminou pelos países pobres como uma receita para o enfrentamento da desigualdade social. A posse de bens de consumo era sinônimo de sucesso individual e a possibilidade de comprar seria uma consequência da luta e esforço de cada indivíduo. O bem possuído representava a recompensa pelo sacrifício e empenho pessoal. A plenitude da felicidade estaria, portanto, em poder comprar tudo aquilo que você desejasse. Para isso seria necessário a busca desenfreada pelo dinheiro, ou seja, o sonho americano do primeiro milhão. Jovens passaram a perseguir esse sonho arduamente. Este sonho passou a ser uma das grandes armas ideológicas no combate a ideias socialistas no auge da Guerra Fria. 

Se você buscar na internet, encontrará centenas de vídeos e textos que apresentam receitas de como ganhar o primeiro milhão. Essa crença do “querer é poder” teve o papel de substituir a construção de uma consciência da realidade social, uma consciência crítica sobre as reais causas da desigualdade social e da concentração de renda que cresceu assustadoramente entre os países ditos do “terceiro mundo”. 

A crença no sucesso individual e na possibilidade de ficar rico ofusca a necessidade de um agir politizado e consciente. O que faz com que milhões de pessoas se motivem a fazer apostas nos prêmios milionários da loteria é a crença de que se tiver pensamento positivo há uma possibilidade de ser milionário. Essa magia nada tem de realidade, pois a probabilidade de alguém acertar os 6 números da mega-sena, por exemplo, é algo muito remota. A crença na possibilidade de ficar milionário e alcançar o sucesso financeiro tem um poder de manter milhões de pessoas pobres desconectadas das reais causas de sua pobreza.

O texto acima é um trecho do livro: “O novo sucesso: uma crítica à meritocracia”, publicado pela Editora Appris. O livro, escrito por mim e minha esposa, apresenta resultados de pesquisas, estudos e vivências pessoais em mais de 20 anos de experiência na educação pública e privada.

Se gostou do assunto, pode comprar o livro no site da Editora: https://editoraappris.com.br/produto/o-novo-sucesso-uma-critica-a-meritocracia/

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipampa

São Borja-RS

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