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POLÍTICA, INTERESSE PESSOAL E O BEM COMUM



Em muitas cidades ou microrregiões vemos nos deparamos com dois ou mais candidatos ao legislativo estadual, do mesmo partido, disputando os votos de seus eleitores.
Sei que dentro de um mesmo partido existem várias correntes e tendências, porém sempre me pergunto: até onde na política, o interesse pessoal pode prejudicar o interesse coletivo?
A palavra política traz em sua origem o termo "pólis", ou seja, a cidade, a comunidade, o coletivo. A democracia para funcionar precisa de políticos que tenham a grande virtude de abrir mão de seu interesse pessoal em prol do coletivo. Precisa de pessoas seguras de si que não precisam afirmar sua individualidade para serem reconhecidas. Precisa de pessoas eticamente evoluídas.
Porém o que vemos parece estar distante desse ideal. Às vezes desentendimentos locais, pequenas diferenças de opiniões, de visão de mundo abortam um projeto coletivo, dividem forças ao mesmo tempo que as desperdiçam, beneficiando o adversário político que tem um projeto totalmente antagônico.
Paralelo a isso penso que pode faltar a racionalidade, a lógica, a objetividade. Em cidades e regiões, não seria o caso de se fazer estudos e pesquisas prévias para avaliar objetivamente qual nome possui maior viabilidade para assumir uma candidatura?
É preciso avaliar objetivamente, qual nome possui maior inserção em outras cidades e regiões.... Qual nome possui mais contatos em um maior número de cidades do Estado...
Não é muito lógico que um partido ou coligação que obteve de 2 a 5 mil votos numa eleição municipal, tenha na mesma cidade, opções de duas ou mais candidaturas ao legislativo estadual.
Porém, essa racionalidade objetiva precisa vir acompanhada de virtudes pessoais de despojamento, a virtude política, de colocar o bem comum acima do benefício pessoal.
O povo percebe esse interesse particular e obsessão pelo poder, e é um dos motivos que faz com que os políticos sejam criticados e desvalorizados pela opinião pública.
A lógica dessa prevalência do interesse pessoal em detrimento do coletivo pode evoluir para aqueles casos em que um deputado, por meio de vários mandatos consecutivos, aumenta seu patrimônio familiar, se torna empresário e assim por diante.... Mantém seus currais eleitorais com emendas parlamentares, se elegendo ininterruptamente.
Eu tenho esperança que assim como o carro e o computador substituíram a carroça e a famosa "máquina de escrever", aconteça o mesmo com a política.


Prof. Evandro Ricardo Guindani
Universidade Federal do Pampa - Unipampa
São Borja-RS

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