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Onde você está? Prof. Evandro Ricardo Guindani

Conversando por aí vejo muitas pessoas julgando os outros pelas suas atitudes, pela sua condição social. Um fotógrafo alemão disse a seguinte frase: “cada ponto de vista é a vista de um ponto”, ou seja, o que você vê, o que você observa, depende do ponto, do lugar onde você está. O grande pensador Karl Marx também disse que o lugar que você ocupa na sociedade determina a forma como você pensa.

Durante esses anos em que o Brasil se deparou novamente com a fome muitos “privilegiados” socialmente julgavam as cotas para universidade, as bolsas de estudo, os auxílios para os mais pobres. Proferiam afirmações simplistas como: “basta lutar e querer que a pessoa consegue sair da pobreza”, “basta ter vontade de trabalhar”. É fácil você afirmar isso quando você é branco, homem e heterossexual, quando seus avós e bisavós te transmitiram um bom berço, uma família que te motivou te encorajou.

Quando você profere uma opinião sobre o outro, sobre a condição socioeconômica do mundo, nunca esqueça de olhar onde você está, com quem você convive e conversa, são pessoas da mesma condição social que a sua? Você forma sua opinião nas rodas de conversa e grupos de amigos do whatsapp e facebook?

Eu como homem branco e heterossexual, nunca posso minimizar o racismo, o preconceito contra homossexuais, porque nunca vou saber o que eles enfrentam, porque não estou no mesmo espaço que eles, no mesmo corpo, na mesma pele.

A única coisa que posso fazer é reconhecer meus privilégios, reconhecer que desde o século dezenove no Brasil, os meus ancestrais brancos  foram beneficiados com muitas leis, tais como a Lei de Terras de 1850 que facilitou o aumento das propriedades rurais para quem tinha mais dinheiro.

E tenho que saber que todas as minhas conquistas tiveram um berço privilegiado, não de pessoas ricas, mas de pessoas que nunca me deixaram passar fome. Meus pais sempre me motivaram e me deram todas as condições para eu estudar sem nunca precisar ter ajudado a pagar uma conta de água ou luz, como muitos dos meus amigos pobres e pretos na época da adolescência e juventude.

Então fica uma dica, se você nunca esteve no lugar do outro, se você nunca estudou com maior profundidade a história e a sociologia, para compreender de verdade, a situação do outro, é melhor ficar calado. É melhor silenciar e tentar compreender.

Tente pelo menos se colocar no lugar do outro, tente compreender onde você está, como se formam suas opiniões e isso te ajudará a olhar para além do seu umbigo e do seu nariz.

Se quiser aprofundar mais esse assunto, você pode comprar o livro no site da Editora: https://editoraappris.com.br/produto/o-novo-sucesso-uma-critica-a-meritocracia/

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipampa

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