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Morte de crianças e ambiente

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Em março, tive a oportunidade de participar de uma palestra no INPE com o cientista Guy Brasseur, presidente do World Climate Research Programme (WCRP) e que também lidera um grupo de pesquisa no Max Planck Institute for Meteorology, da Alemanha.

O cientista explicou que a Organização Mundial da Saúde estima que mais de 3 milhões de pessoas no mundo morrem prematuramente por causa da poluição do ar. A qualidade do ar é, portanto, um dos problemas ambientais mais urgentes que a sociedade enfrenta.

E, como parte dos projetos Panda e MarcoPolo patrocinados pela União Europeia, um sistema computacional de previsão da qualidade do ar foi desenvolvido para ajudar os gerentes ambientais a evitar episódios críticos de poluição do ar, tomando medidas apropriadas. O sistema combina as previsões de sete modelos de transporte químico e fornece valores médios deles. O sistema prevê a qualidade do ar incluindo ozônio NO2, material particulado menor ou igual a 2,5 micrômetros (PM2.5) e de maior que 2,5 a 10 (PM10).

O sistema foi testado na Ásia, em 37 cidades chinesas que tem uma população de mais de 3 milhões de habitantes. As previsões são postadas diariamente na internet e continuamente são comparadas com as observações locais, uma vez que estas se tornam disponíveis a cada hora.

Essa iniciativa vem como alento a dois novos relatórios elaborados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e divulgados também em março, que demonstram que alguns fatores de risco ambiental, como as condições do ar, água contaminada, falta de saneamento e higiene, são responsáveis pela morte de 1,7 milhão de crianças menores de cinco anos por ano. E mais, uma em cada quatro mortes de crianças é atribuída a ambientes insalubres.

O primeiro relatório intitulado "Herdando um mundo sustentável: Atlas da saúde e do ambiente da criança" e mostra que as causas mais comuns de mortes entre crianças, como diarreia, malária e pneumonia, podem ser evitadas com intervenções para reduzir os riscos ambientais, como a garantia de água potável.

De acordo com a OMS, a exposição a substâncias nocivas podem iniciar já no útero da mãe, o que aumenta a chance de parto prematuro. Além disso, quando crianças são expostas ao fumo passivo e à poluição do ar aumenta-se o risco de pneumonia durante a infância e de desenvolver doenças respiratórias crônicas, como a asma. O ar poluído aumenta também o risco de problemas cardíacos, acidente vascular cerebral e câncer.

O segundo relatório divulgado, "Não poluir o meu futuro! O impacto do ambiente na saúde das crianças" apresenta dados assustadores. Cerca de 570 mil crianças com menos de cinco anos morrem de infecções respiratórias, como pneumonia, atribuíveis à poluição do ar e ao fumo passivo. As doenças endêmicas também aparecem no relatório, 200 mil mortes por malária de crianças menores de 5 anos poderiam ser evitadas por ações ambientais, como a redução locais de reprodução de mosquitos. E mais 200 mil crianças morrem por lesões não intencionais atribuíveis ao meio ambiente, como intoxicações, quedas e afogamentos.

Em suma, um bom indicativo para que nossos políticos possam fazer, tanto do executivo quanto do legislativo. O seu trabalho também salva crianças.

 

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