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Lute contra o racismo! Prof. Evandro Ricardo Guindani

O racismo é algo muito presente no mundo. Os europeus e norte-americanos que muitas vezes se consideram referência em muitas áreas, esbanjam casos de racismo e preconceito. E aqui no Brasil não é diferente.

Nesses dias eu ouvi uma pesquisadora comentando que mesmo com a promulgação de algumas leis contra o racismo as instituições de ensino abordam o tema apenas no dia da consciência negra em 20 de novembro. Assim como a questão indígena é abordada apenas no famoso dia do índio onde crianças tem seus rostos pintados e penas fixadas na cabeça.

É muito comum ouvir brancos como eu, dizerem que são os negros que devem lutar contra o racismo. Concordo que quem melhor entende de racismo são aqueles que sentem na pele as dores e a violência do preconceito e discriminação. Por outro lado, nós brancos temos um papel muito importante nesse processo.

Nós brancos temos um importante papel na luta contra o racismo, primeiramente estudar profundamente a história do Brasil. Ao entendermos a história vamos compreender a necessidade de defender cotas raciais para universidades, empresas e em concursos públicos. Nós brancos devemos nos somar à luta contra o racismo, primeiramente reconhecendo nossos privilégios.

Muitos homens brancos se colocam contra as cotas raciais afirmando ser um privilégio para os negros. Esquecem de estudar a história do Brasil e verificar que os brancos sempre foram privilegiados.

A chamada “Lei de Terras” de 1850 facilitou a formação de grandes propriedades, privilegiando os brancos descendentes de europeus. A lei jogou para a periferia do campo e das cidades uma massa de pobres, pequenos proprietários, na sua grande maioria negros.

O Decreto nº 145, de 11 de 1893 determinava a prisão de mendigos, vagabundos, vadios capoeiras e desordeiros em colônias fixadas pela União ou pelos estados. O Decreto nº 3475, de 1899, negava o direito a fiança a réus vagabundos ou sem domicílio e autorizava incursões policiais sem controle judicial, especialmente em regiões onde havia mais negros.

Quer mais um exemplo? A Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968 estabelece diretrizes para o vestibular como forma de ingresso ao ensino superior. Vestibular sempre privilegiou brancos, conforme aponta a notícia publicada no Portal G1 em 03/5/2013: “USP tem 78,7% de calouros brancos e 2,4% de pretos, diz pesquisa”.

Todas essas leis privilegiaram os brancos. Os ricos na sua maioria brancos, beneficiados por privilégios, foram contribuindo para que os negros ficassem excluídos nas favelas e presídios.

Se quiser aprofundar mais esse assunto sobre privilégios e meritocracia, você pode comprar o livro “O novo sucesso: uma crítica à meritocracia” de minha autoria, no site da Editora Appris: https://editoraappris.com.br/produto/o-novo-sucesso-uma-critica-a-meritocracia/

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipampa

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