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Colunista

EUA: modelo de desigualdade social Prof. Evandro Ricardo Guindani

Há muitos anos fomos vítima de uma intensa lavagem cerebral midiática nos dizendo que os Estados Unidos da América seria um país que deu certo, de que os cidadãos de lá vivem em plena liberdade e todos tem a oportunidade de se darem bem na vida. Inclusive tivemos um presidente da República brasileiro que prestava continência à bandeira daquele país, demonstrando admiração.

Este artigo compõe uma série de textos aqui publicados, que apresenta fatos e dados deste dito modelo que mais do que nunca deve se tornar uma referência do que não deve ser feito no mundo.

Hoje falarei sobre a desigualdade social naquele país. Matéria publicada pelo Jornal BBC News, no dia 02/08/2020 tem o seguinte título: “Por que os EUA têm os piores índices de pobreza do mundo desenvolvido”. A matéria destaca que quase 40 milhões de americanos vivem abaixo da linha oficial de pobreza. Paralelo a isso são apresentados alguns dados do Censo de dados Kids Count: “enquanto 11% das crianças brancas nos EUA vivem na pobreza, essa taxa chega a 32% para crianças negras e 26% para crianças latinas”.

O professor da Universidade de Washington, Mark Rank, afirma: “Nós tendemos a ver a pobreza nos EUA como um fracasso individual, ou seja, como se as pessoas não tivessem trabalhado duro o suficiente. Como se tivessem tomado decisões ruins ou não tivessem talento o suficiente. Assim, é algo como: cabe a você se erguer"

Essa afirmação do professor representa a ideologia da meritocracia nos EUA. Você já deve ter ouvido a frase: “querer é poder”. Essa máxima foi disseminada naquele país e transmitida a todos os países, inclusive o Brasil. Ela apresenta a ideia de que a riqueza ou pobreza é fruto do esforço ou desleixo pessoal. Sendo assim, os mais ricos não se sentem mal em aumentar sua riqueza, e os pobres se sentem culpados pela sua situação.

A matéria da BBC News, ainda nos apresenta os dados do Council on Foreign Relations, um centro de pesquisas em Washington, o qual conclui que a desigualdade de renda e riqueza nos EUA aumentou e é maior do que em quase qualquer outro país desenvolvido.

Outra matéria publicada pelo Portal Forbes (forbes.com.br) tem a seguinte manchete: “Nos EUA, 1% mais rico tem mais capital do que os 50% mais pobres juntos”. A matéria apresenta dados da “Federal Reserve” , e mostram que: “1% que representa as famílias americanas mais ricas têm um patrimônio líquido combinado de US$ 34,2 trilhões (ou 30,4% de toda a riqueza familiar nos EUA), enquanto os 50% mais pobres da população detém apenas US$ 2,1 trilhões juntos (ou 1,9% de toda a riqueza)”.

A matéria destaca os absurdos valores de patrimônios dos bilionários que aumentaram na pandemia: Elon Musk, ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões em agosto para se tornar o quinto centibilionário do mundo e viu sua riqueza aumentar 242% nos primeiros oito meses de 2020”.

Todos esses dados nos alertam que precisamos deixar esse modelo de lado e aderirmos a um outro modelo focado na sensibilidade ao problema do outro. Se quiser aprofundar mais sobre essa mudança de modelo e de paradigma, leia o livro: “O novo sucesso: uma crítica à meritocracia”, publicado pela Editora Appris, onde apresentamos algumas reflexões dicas para se quebrar esse paradigma por meio da educação e novas relações sociais.

Você pode comprar o livro no site da Editora: https://editoraappris.com.br/produto/o-novo-sucesso-uma-critica-a-meritocracia/

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipampa

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