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Eu nunca estou pronto...

  • - Evandro Ricardo Guindani

Como disse em outros momentos, não quero dizer o que e como devemos fazer, mas apenas partilhar minha experiência de como vejo e percebo as coisas... É isso que faz um professor, ele sempre partilha com seu aluno a sua percepção interior sobre determinado autor, conceito...

Tudo o que falamos ao outro, é sempre a nossa visão sobre aquilo, a partir do chão onde pisamos... Conscientes disso nunca vamos querer impor ao outro um pensamento, um conceito, um autor...

Depois de ter feito aquela experiência maravilhosa de autoconhecimento naquele retiro de 30 dias em 1996, eu tive contato com alguns livros: "Teia da Vida" de Fritjof Capra; "Terra Pátria" de Edgar Morin...

Tive contato porque saí um pouco da filosofia e busquei outras áreas e autores... O fechamento em uma única área do conhecimento nos oferece grandes ganhos tais como a profundidade das reflexões, porém também pode nos fechar ao conhecimento diferente...

Minha formação interdisciplinar me ajudou a aliviar este efeito colateral na minha formação...

Ao ler estes livros acima citados pude então analisar melhor e sistematizar na minha cabeça a experiência que eu tinha vivido naquele retiro...

Pude compreender que realmente partilhamos de um mesmo mundo, que todos nós choramos, sentimos raiva, dor, fome, alegria, esperança, medo...

Ou seja, comungamos a mesma condição humana e terrena... O autor Capra vai nos dizer que todas as coisas estão interligadas, que aquilo que acontece com a natureza também nos afeta...

É a chamada teoria sistêmica e também teoria da complexidade que muitos já conhecem... Tenho sérias críticas ao uso que fazem dessas teorias ao transmutá-las imediatamente ao universo da política e da economia, mas aí é outra conversa...

Para termos essa consciência de que fazemos parte de um mesmo mundo precisamos nos compreendermos como seres inacabados, seres "porosos", que influenciamos e sofremos influência do outro (ser humano, natureza...) constantemente...

Nunca estamos prontos e fechados, mas sim em constante construção...

Ao defender a questão da dúvida, do combate ao fanatismo religioso na verdade estou querendo dizer isso: aquela pessoa que se fecha nas suas certezas e verdades se afasta da sua condição humana e terrena compartilhada com os demais...

A melhor forma de aprendermos a duvidar é ouvindo o que o outro tem a dizer... É nos colocarmos na escuta do outro, ouvirmos profundamente, lermos as entrelinhas do que a pessoa está nos falando, nos colocarmos humildemente numa atitude de aprendizes todos os dias...

Aprendi a experimentar o silencio da escuta!

Se suas certezas e crenças te fazem desrespeitar as pessoas, desconfie delas!

Se você não aceita as diferentes opções de gênero como os homossexuais, transexuais, desconfie de seus valores morais, questione-os! Isso fará bem para sua saúde mental e te tornará uma pessoa mais humana!

Cuidado! Seus valores morais podem te tornar uma pessoa antiética!

O mundo agradece!

Duvidar é abrir-se ao outro e ao mundo!

Cuidado! A certeza pode te fechar, te tornar arrogante... A dúvida pode te tornar aberto e mais humilde!

Um grande abraço!


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Evandro é natural de Vargem Bonita - SC, graduado em Filosofia, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Educação. Atualmente é Professor da Universidade Federal do Pampa em São Borja-RS


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