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Era Uma Vez Um Avental...Na Biblioteca

  • - Evani Marichen Lamb Riffel

'As Bibliotecas deviam ser declaradas da família dos aeroportos, porque são lugares de partir e de chegar. Os livros são parentes diretos dos aviões, dos tapetes voadores ou dos pássaros.' (Valter Hugo Mãe)

Num discreto baú, num canto de uma Biblioteca, era uma vez um avental de contar histórias, era um avental muito curioso, queria saber histórias do início ao fim: de todos os mundos, de todos os seres, de todos os tempos, de todas as idades, velhas, clássicas, recém-nascidas, histórias para toda a existência, da infância à velhice (dos livros , autores e leitores), histórias de todas as cores, não se contentava com pinceladas sempre iguais.

      Certo dia, percebeu que dentro do baú havia porquinhos com lobos, bruxas com fadas, dinossauros, lupas, balões coloridos, bonecas e bonecos brancos, pardos, amarelos e pretos, fantoches de bichos e de gentes, a turma do sítio do Picapau Amarelo, a boneca Emília e família com Monteiro Lobato... Um tatu e uma bola, uma linda sacola, dentro tinha uma cola e um mola mais uma mala... Lá estavam os Irmãos Grimm, com a Bela Adormecida na casa da vovó da Chapeuzinho Vermelho e a Branca de Neve na casinha dos Sete Anões, que confusão!

      Aconteceu que o avental contador de histórias resolveu saltar fora do baú, que era sua casa, e bisbilhotar a Biblioteca. Que aventura fantástica, os livros esperavam ser abertos, então o avental vestiu o encantamento, os livros bailavam e uma roda de leitores imaginários também, formou-se para "a hora da história."

Colorê, colorim, aí vem a história enfim:

No Reino Das Flores

    Era uma vez uma flor num jardim, que de tão bela, tornou-se muito vaidosa, era entre todas a mais mimosa. Vestia-se de dia com suas cores mescladas ao dourado do sol, à noite cobria-se de prateado, réstias peroladas de uma porção da escuridão espiada pela lua, sentinela da noite bela, eram seu manto noturno naquele reino florido.

      Que pena! Tornou-se, a bela flor muito arrogante e antipática, embevecida pelos elogios que ecoavam pelo reino das flores, onde ela era a rainha. Sempre que podia humilhava uma florzinha descorada que era sua súdita: -Óh, pobre coitada, enfeias meu jardim, peça ao vento, sua destrambelhada, que a leve desfolhada... Vá ser meu adubo ou criada em outra morada. Dizia a rainha impiedosa!

A humilde florzinha foi baixando ao solo suas pétalas, secando, secando e ainda adubando a rainha.

  No seu solene reinado, aquela bela flor reinante, não se preocupou com amizade, simpatia, solidariedade entre suas súditas, as outras flores do jardim.

Mas... O tempo passa, o tempo passou...

      A outrora bela flor murchou, a beleza o tempo levou!!...

      Se antes era bajulada pela beleza e prestígio por ser a rainha, a mais bela, mais mimosa flor daquele jardim, agora despojada de atributos passageiros, faltava o "ser"... Ser amável, ser gentil e prestativa, ser humilde, ser humana...

      -Humana? A flor?!!!

      -Não, a rainha em seu reinado!

          -E... Depois?!!!

     ... O avental voltou para o baú a esperar pela próxima história a ser contada.

 Todas as histórias são infinitas na imaginação do leitor.

 Os livros fechados esperam o diálogo com o leitor para existirem.

     (...)

" As Bibliotecas só aparentemente são casas sossegadas. O sossego das Bibliotecas é a ingenuidade dos ignorantes e dos incautos, porque elas são como festas ou batalhas contínuas e soam canções ou trombetas a cada instante." (Valter Hugo Mãe)


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