O TEMPO DE CADA UM

A busca incessante de conteúdo, o tempo, as experiências e a maturidade trabalham sempre a nosso favor. Basta que agucemos os nossos sentidos e logo adquiriremos a percepção necessária. Entretanto, são necessários "olhos de ver e ouvidos de ouvir", como recomendava Jesus. Mente aberta. Observação ao nosso entorno, raciocínio, sem medos ou receios de rever velhos conceitos, admitir os equívocos e disposição e abnegação no sentido da corrigenda e da reparação, paulatina de todos eles.

Quando estiver dispostos, de alma aberta, na busca da Verdade, a Verdade nos libertará, relembrando o Mestre dos Mestres. Tudo tem seu tempo, tudo nos é necessário, nada acontece por acaso, até as piores dificuldades nos serão úteis no decorrer de nossa imortal jornada. Tenhamos a paciência necessária de esperar, aprimoremos a nossa capacidade de aceitação de que transitamos por este plano físico, nós outros, os diferentes, com as suas diferenças. Cada um tem seu próprio tempo de despertamento, não exijamos dos outros aquilo que ainda não estamos aptos a realizar, ou que se já realizamos, mensuremos quanto tempo, quantas experiências foram necessárias, e às vezes, experiências repetidas, para que apreendêssemos.

O perdão deve ser trabalhado intimamente para que não seja apenas de lábios.

Tenhamos certeza que todos temos dificuldades de relacionamentos: com familiares, colegas, amigos e principalmente desafetos e inimigos. Façamos a nossa parte: trabalho íntimo, vigilância de pensamentos, substituição gradativa de sentimentos para que possamos exteriorizar em boas atitudes. Perseveremos, inobstante as dificuldades, que certamente PASSARÃO, como dizia Chico Xavier: TUDO PASSA.

No Livro Roma e o Evangelho, encontramos alguns pensamentos para nossa reflexão:

• "Os progressos realizam-se através dos séculos, com admirável sucessão sem violências nem impetuosos abalos".
• "O solo não recebe a semente sem ter sido convenientemente preparado, e a semente não se converte em saboroso fruto, senão depois de ter triunfado dos ventos e das tempestades".

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI temos um depoimento do Espírito Lázaro que recomenda profunda meditação a este respeito:

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.)

Boa Semana      -              HPaim

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