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Deus e o diabo na política

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Deus e diabo estão sendo usados por políticos de forma cada vez mais intensa. Numa arrogância sem medida e sem ética, se acham conhecedores da vontade divina e até ungidos. Absurdo!
Essa estratégia é usada por políticos que se acham ameaçados a perder o poder. Já vimos isso em governos dos EUA desde George Bush, quando se colocava como representante de "Deus" e do bem na luta contra o "Demônio" e o mal do oriente médio, bem como Donald Trump quando estava prestes a perder a eleição.  
A ideia de "Deus" no mundo, está associada ao Bem, enquanto que o "Demônio" está associado ao Mal. Políticos usam essa estratégia religiosa para se aproveitarem dessa associação que já está assentada na mente do cristão.
Políticos apelam para o transcendente quando não tem mais argumentos válidos e aceitos no mundo concreto da realidade. É a última estratégia, na hora do desespero, quando não conseguem dialogar no campo racional, lógico.
E eles buscam com isso conquistar o voto de pessoas fragilizadas tanto economicamente quanto emocionalmente. Como nos disse o filósofo Feuerbach (1804-1872), "Deus" é uma projeção das fraquezas humanas. Quanto mais fraco se sente o indivíduo mais ele acredita em um ser superior.
O povo brasileiro está passando por um momento difícil, fome, desemprego, perdeu entes queridos na pandemia, os jovens precisam abandonar a escola para trabalhar, perderam o sonho do ensino superior...
É um terreno fértil para as pessoas se apegarem ainda mais em um ser superior que milagrosamente os tire daquela situação.
Esses políticos que se acham ungidos por "Deus" e que estão no poder há quatro anos, não tem, no campo das propostas de políticas públicas, argumentos para se defenderem ou apresentarem soluções ao povo.
Diante disso, o político que sente a perda do poder na eleição, apela ao transcendente, culpando o demônio como responsável pelos males e o associando ao seu opositor.
Esse político que apela para isso, espera que o eleitor deixe toda a racionalidade e reflexão crítica de lado e se apoie apenas na sua fé construída milenarmente, na hora do voto.
A maior aposta do político é que ele consiga manipular o eleitor religioso para que ele "compre" essa montagem de "Deus" e "Diabo" feita para as eleições de 2022.
Por isso que como professores defendemos a importância da educação e da ciência como instrumentos para a autonomia e emancipação do indivíduo, para que ele sempre tenha consciência da realidade e não caia em discursos descabidos construídos no âmbito das crenças.

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipamp

São Borja-RS aRS

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