Alegria, cultura e tradição marcam a Festa Julina da Escola Felisberto Dutra em Ouro |
COMO MUDEI MINHA VISÃO SOBRE O “DIA DO TRABALHO”! (Professor Ciro José Toaldo)

Por várias vezes escrevi a respeito desta temática. Desde a graduação na FUOC, Fundação Universitária do Oeste Catarinense, em 1988, em Joaçaba, SC, tive interesse pela dimensão da luta de classes e pelas questões sobre o trabalho.
Imbuído no fervor universitário passei a defender ideologias que acabaram levando a ter conflito com a própria família. Nesta rebeldia, desejava mudar o mundo! E, em 1989, na eleição presidencial, depois de 30 anos sem haver pleito para este segmento, enfrentava tudo e todos na defesa do candidato que se dizia defensor do trabalhador!
Nesta balburdia, perdendo, inclusive oportunidades de trabalho e em prosperar na própria cidade natal, fui doutrinado para entender o trabalho como elemento de exploração, onde quem vive de seu suor, jamais prosperaria!
Neste triste engodo, como ‘marionete’ de jogo sujo, tinha a visão tapada por conta da manipulação, pois enquanto dava cara à tapa os ‘defensores do trabalhador’, preocupavam apenas como conseguiriam chegar ao poder e dele tirar vantagens pessoais.
Essa alucinação ainda persistiu em meu novo local de trabalho e de residência, inclusive fazendo Mestrado, na UFMS, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, dentro desta temática.
Foi preciso assumir o cargo de Secretário Municipal de Educação, para ver como quem se intitulava ‘da esquerda e defensor do trabalhador’, usava o poder com a finalidade de fazer valer seus interesses mesquinhos. Os momentos foram sombrios, mas, fizeram meus olhos se abrir, pois percebi que os ditos ‘companheiros’, além de fazer parte de organização perversa, tudo fizeram para me derrubar da famigerada ‘cadeira de secretário’.
Esse dilema de minha história política, pouco gosto de lembrar, levou-me ter reflexões em outra ótica sobre o trabalho e seu mundo, sem viés ideolígico, ou seja, de qualquer denominação deturpadora da labuta diária!
Não há como viver sem o trabalho! Afirmar que se recebe salário justo é hipocrisia, o próprio defensor dos pobres, intitulado como trabalhador, ao assumir o poder neste ano, acabou proporcionando um aumento irrisório de 18 reais ao salário mínimo dos brasileiros para 2023. Absurdo, mas, parte dos sindicatos apoia essa aberração!
O trabalho é dignificante ao ser humano. Tive grandes exemplos de trabalhadores corajosos: o pai, pesador de porcos tornou-se gerente de uma grande empresa; o avô materno, saboeiro edificou uma família maravilhosa; o avô paterno, exímio alfaiate até hoje lembrado pela confecção de seus ternos.
Atualmente, como professor, aposentado e um período, sinto orgulho e satisfação de dever cumprido. Tudo faria para novamente exercer o magistério, mesmo com as contrariedades encontradas dentro da escola contemporânea.
Independente de qualquer visão ideológica, vivemos numa sociedade capitalista e na dicotomia de força de trabalho versus quem detém os meios de produção. Antes de discursos vazios, quem vive da força do seu trabalho, deve ser levado a refletir que a execução de sua tarefa, deve ser feita com entusiasmo e determinação! Da mesma forma, quem tem os meios para gerar produção deve valorizar seus empregados, pagar salários dignos e se proporcionar, por exemplo, uma espécie de plano de cargo e carreira. Enfim, nesta via de mão dupla somos necessitados do trabalho diário, assim como o patrão também necessita desta valiosa ferramenta que é à força do trabalho.
Deus abençoe para ter essa colaboração e equilíbrio, pois esse é um meio para evoluir neste complexo mundo do trabalho.
Pense nisto! Até o próximo!
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