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Colunista

As consequências nefastas do consumismo e lucro sem limites

Você já deve ter ouvido as seguintes afirmações: “Se o dinheiro é dele, ele compra o que quiser, gasta o quanto desejar...” E aí nos deparamos com práticas de consumo absurdos de uma elite sem nenhuma noção ética e consciência social ou ambiental. Como você consegue comprar um relógio de meio milhão de reais, um carro de 5 milhões em um mundo onde milhões de pessoas não tem o que comer? Uma empresa é considerada de sucesso quanto maior for o faturamento e crescimento dela, ou seja, o sucesso está focado no resultado financeiro, lucro, e onde fica a sociedade, as pessoas, o meio ambiente? Ficam em segundo plano. Uma empresa só vai agir na área social e ambiental se houver exigência legal e multa, do contrário, ela sempre vai priorizar o lucro, faz parte da sua natureza de existência. Não podemos inclusive culpar a pessoa do empresário em si, a lógica do sistema capitalista que é perversa e desumana

Herdamos uma lógica dos países capitalistas, do sucesso individual, articulada ao pressuposto de que querer é poder. Este modelo de sucesso trouxe à humanidade uma série de consequências desastrosas para o meio ambiente e para as pessoas mais desprovidas de capital. A lógica do consumo e progresso ilimitado

Cristovam Buarque, no seu livro intitulado “A desordem do progresso (1990) reforça que esse modelo de progresso e desenvolvimento econômico capitalista ampliou a desigualdade e a instabilidade em todos os níveis provocando desequilíbrios ecológicos.

Segundo ele, é necessário demonstrar para a elite que seus benefícios (por exemplo, a possibilidade de consumir desenfreadamente) “são viabilizados pela concentração da renda e do consumo, com a exclusão da maioria da população”. Para o autor, a elite precisa saber que “é inviável por muito tempo o grau de injustiça do qual se beneficia; compreender os limites da economia”. É importante demonstrarmos para este grupo socialmente privilegiado que esses privilégios devem e precisam ser ampliados e que o consumo “tem limites sociais e naturais”.

Desigualdade aumenta no Brasil, e 1% da população concentra 50% da riqueza é o título da matéria em que relata que 1% da população mais rica do Brasil detém quase a metade da riqueza nacional (49,6%). Os dados são extraídos do Relatório da Riqueza Global, publicado anualmente pelo banco Credit Suisse em 2021 (DESIGUALDADE, 2021).

No âmbito global, o Relatório aponta que a fatia correspondente aos 10% mais ricos detém 82% da riqueza global, sendo que o topo da pirâmide (1%) tem quase metade (45%) de toda a riqueza. Em síntese, esse modelo econômico capitalista está promovendo um desastre social e ambiental, e ainda temos políticos defendendo mais liberdade econômica. Onde vamos chegar?

O texto acima é um trecho do livro: “O novo sucesso: uma crítica à meritocracia”, publicado pela Editora Appris. O livro apresenta resultados de pesquisas, estudos e vivências pessoais em mais de 20 anos de experiência na educação.

Evandro R Guindani

Se quiser aprofundar mais esse assunto, você pode comprar o livro no site da Editora: https://editoraappris.com.br/produto/o-novo-sucesso-uma-critica-a-meritocracia/

 

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipampa

 

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