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A COMPLEXIDADE E OUTROS PARADIGMAS IV

  • - Adelcio Machado dos Santos

Conforme o paradigma da complexidade, aquilo que em um primeiro momento pode parecer desordem, ao ser analisado através do sistema de pensamento complexo pode tornar-se organizado.

Desta forma, citando-se o exemplo apresentado por Morin (2002), à primeira vista, o céu estrelado impressiona por sua desordem, constituindo-se por um amontoado de estrelas, dispersas ao acaso.

 Todavia, ao olhar mais atento, aparece a ordem cósmica, imperturbável, que pode ser observada a cada noite, com cada estrela em seu lugar e cada planeta realizando seu ciclo impecável.

Contudo, surge um terceiro olhar que exige uma concepção conjunta das noções de ordem e desordem, sendo que para tanto é necessária uma binocularidade mental, uma vez que se pode ver um universo que se organiza por intermédio de sua própria desintegração. Assim, a ordem e a desordem ou organização e desorganização estão intimamente ligados no paradigma da complexidade.

Esse paradigma contraria o paradigma positivista no qual o pesquisador se coloca numa situação de isenção diante da realidade. A teoria positivista, sustenta Mora (2001), designa a doutrina que tem por base a análise de fatos e realidades concretas, acessíveis ao órgãos dos sentidos por meio da experiência empírica.

Através do paradigma da complexidade a ciência se desenvolve por intermédio do pensamento complexo, constituído com base no diálogo que não se baseia em teorias e doutrinas fechadas, assim o pesquisador não pode ser isento, pois se estabelece uma interação necessária o sujeito e o objeto da pesquisa.

Conforme Freitas (2003) o paradigma positivista possui a convicção de que a realidade é objetiva e apreensível, considerando a ciência como um conhecimento verdadeiro, positivo, obtido em meio à condições controladas através da ação dos sentidos. Essa perspectiva acaba por separar vida e ciência, agir e conhecer, realidade e homem, negando uma interação entre o homem e a organização universal.

A partir dessa concepção torna-se inviável pensar a pesquisa como um encontro entre sujeitos, uma vez que a relação é a de um sujeito observador que deve suspender sua subjetividade, por intermédio da adoção de atitudes neutras para enfrentar um objeto explicado por suas relações de causa e efeito.

No campo das Ciências Humanas torna-se mais difícil A aplicação do paradigma positivista, porquantio o pesquisador não pode se limitar ao ato contemplativo de uma realidade complexa, que se constrói com base na idéia da inseparabilidade da ordem e da desordem.

Neste sentido, Roesch (1999) argumenta que o positivismo concebe o mundo social como algo exterior ao homem, e suas propriedades devem ser medidas através de métodos objetivos, que enfatizam a utilização de dados padronizados.

Jor. Adelcio Machado dos Santos

 (MTE/SC nº 4155 - JP)


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